sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Amo-te até
amor te.
O amor talha
a mortalha.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sin gracias a la muerte, que ha llegado pronto

Hay algo que no se entiende.
Cuando anunciaron a
las tantas de la noche:
" Homenagem a Mercedes Sosa, que morreu hoje em Buenos Aires"
quería ser extranjera en mi lengua nativa.
Hay cosas que no deberían morirse.
Hay cosas que seguro no mueren.

“Está señora, la Negra,
¿quién ha permitido que se fuera tan pronto?”
Preguntamos sin norte al norte de donde vino.

La visitante incómoda
que recibiremos, todos, un día…
la encontró.

Porque todo cambia, por eso se habrá ido la encantante.
Para que las cenizas se vuelvan flores y después semillas
y otra vez flores.

Pero en un rato,
se pone uno fuerte,
si se le permite que en el recuerdo
suene la voz que mismo en silencio
no se callará.

"Dejále que duerma"
como Alfonsina.

Seguiremos escuchándola,
en el corazón libre,
en el inconsciente colectivo.

Pues que no se calle lo que nos (en)cantó:
Libertad, justicia y su amor de cordillera.

domingo, 2 de agosto de 2009

Ire anyone
a voice to Neda

You see her head on the ground,
wrapped with the so-called scarf.

You see her eyes wide open,
wide lost, wide scared.

You see the hands of others over her heart.
Hands hiding something that went wrong,
so wrong.

But there's no way to hide
this sort of mistake,
there's nothing able to cover
this hole in her existence.

The blood, as the flag stripe,
choose a strange new way.
It's coming out her lips
it's out of her veins.


A weird make-up has been drawn around so beautiful cheeks.

The screams surrounding are in a foreign language,
but actually all idioms turn into the same,
when an innocent life it what is claimed.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

domingo, 26 de abril de 2009

Uma torre de mar. Um oceano de tijolos à vista. A casa no vigésimo andar.Uma piscina de ar comprimido. E também todo essa mobília de crochê, trouxe comigo pra nunca mais.
Vim trilhando com migalhas de medo, um caminhozinho João-e-maria até essa porta que se abriu e me engoliu mais depressa que meu titubear.
Uma caixa de sapatos de água, um punhado de vestidos de terra e alguns de ar. Além, é claro, de um casaco de gente, pesado e quentinho, e dois travesseiros: um de suspiro e outro de gemido.
Vim, e veio comigo o invisível. Vim, e me acompanhaste. Isso que desconheço, que desconhecemos mas já está antes de estar. E agora, além do vaso de mãos plantadas, também me faz companhia.
Agora há esse trem de hora em hora
Que circula a cama encaixada na janela de quina
E me recorda que a vida está, como seu apito,
Escandalosamente acontecendo a todo o ínfimo piscar
De sonhos.
Escancarada como a janela por onde vento, barulho e luar
Invadem dessonos e penetrações noturnas.
Um trem, não de viagem incerta, mas de carga.
Esse comboio de cotidiano -
Arroz-feijã-arroz-feijão-arroz-feijão –
O que carregará?
Atropelando a possibilidade precária
De descarrilar os dias envagonados
em nosso amorável trilho.

sábado, 11 de abril de 2009

Só pra modo de agradecer todos que leram e também todos os comentários que foram feitos até agora e que são muito, muito importantes pra mim!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Aqui, num canto de mim,
arranha a garganta
um invísivel pigarro queixoso.

O casulo do amor doído
pra virar borboletinha
de esvoaçante apaixonado,
espevitadas asas.
Uma cadela sempre a correr
uma incontida alegria.

Viajaríamos pra o centro de todas as mesas
em busca de desfamiliarizar o jantar.

Tu e teu insono:
navio naufragado na
imensidão noturno marítima.
Esfrego os pés no sono e
abre-se uma ferida na noite
quando tuas pálpebras se içam.
Um dia cresci.
Havia uma casa como um sapato de número menor.
Ficou lá, encontrável no mesmo ponto cardeal em que me desencontraria se ficasse.
Um dia cresci como crescem em mim esses peixinhos dourados,esses versos alheios, esses olhos de louça, esses retalhos de sonhos ruços.
Houve uma jornada, um pé ante pé e outro telhado.
Um número maior, o exato.
Um dia cresci.
De dentro pra dentro fiquei maior.
Ser pequena doía, igual como doí agora ser imensa de mim.
Como a dor desse mundo imenso
que me desobedece.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Depois de perder a conta dos dias

Ando como num corredor de lama, inconsciente e inconsistente. Água e traumas de outros e medos meus, teus além, de uma dificuldade glaciar de expressar o caroço: amor. No fundo da polpa , onde tudo dorme pra continuar, onde há o rígido necessário pra vida em perpetuar : o osso do fruto. Caroção, coração. Onde mora o tudo no mais mínimo. Give me love, give me Love, give me peace on earth. Há realmente este caroço amoroso, todo o inverso e o mesmo que a polpa suave, doce/azeda do que se ama? Buscar mais que a superfície aveludada do pêssego, a sementice gelatinosa do maracujá e da romã, mais que a gorda esverdeada carne de abacate.
Se ali, algo, reside mais que a palavra, mas em si a coisa. Em si, dobrada sobre si, tão diminuta e potencializada que uma bomba atômica amorosa. A coisa, que não se poderia dizer. Esse tal caroço carregado de silêncio significante de tudo e muito, muito mais nada algum que isso. Haverá. Por certo, esse alef dentro de nossos caroços encouraçados e necessitamos a quebra. O que parte, parto, nasce. O que não se multiplica silencia em olvido e morre, morre para sempre. Mas procuremos o caroção, procuremos o pequeno do íntimo. Encontrar não é o necessário: o cavocar a polpa em busca do que duro duradouro.

Aqui, onde há àgua, cresce em mim um pé de liberdade bem nutrido.
Floridas vontades e um cristalino azul
encharcando montanhas idosas.
Nessa cidades de altos e baixos, nos assalta a paisagem
ampla entre lojas e regalos turísticos, nos salva da humanidade. Perfeita medida entre wild e urbano, entre o que produzimos e o que em nós é capaz de produzir, a natureza crua. Do avião se via um azulado véu pousado sobre o verde de cadeias de montanhas siamesas ad infinitum. Do avião se via que há ar, fresh, que há espaco, empty, que há passos abismais em direção a nós mesmos.
Se sobem morros em busca dessa vista que nos arremessa a nossa real dimensão: nada em eterna arrogância humana. Nada em eterno desejo íntimo de si. Mas há esses lagos que inundam em mim, há esses cerros que me atravessam para que úmida não esqueça o peso de pólen de minha existência.