terça-feira, 17 de janeiro de 2012

inson(h)e

para Eric

Um homem dorme um sonho.
Um homem dorme um sonho que desabrocha.
Um homem dorme um sonho que desabrocha um pesadelo.

Desperta. Sua frio. Sente medo.

Este homem já não dorme um sonho.
Este homem já não dorme um sonho e o sonho que não dorme
não desabrocha nem há dentro pesadelo algum.

Este homem, há 15 anos, sonha um escuro caroço que não se abre.

Mas com que pálpebras descansará o coração
de um homem quando já não sonha?

Ou será que, os sonhos, por o terem despertado,
resolveram que não queriam, ao desvelar o homem,
serem lembrados?