domingo, 26 de abril de 2009

Uma torre de mar. Um oceano de tijolos à vista. A casa no vigésimo andar.Uma piscina de ar comprimido. E também todo essa mobília de crochê, trouxe comigo pra nunca mais.
Vim trilhando com migalhas de medo, um caminhozinho João-e-maria até essa porta que se abriu e me engoliu mais depressa que meu titubear.
Uma caixa de sapatos de água, um punhado de vestidos de terra e alguns de ar. Além, é claro, de um casaco de gente, pesado e quentinho, e dois travesseiros: um de suspiro e outro de gemido.
Vim, e veio comigo o invisível. Vim, e me acompanhaste. Isso que desconheço, que desconhecemos mas já está antes de estar. E agora, além do vaso de mãos plantadas, também me faz companhia.
Agora há esse trem de hora em hora
Que circula a cama encaixada na janela de quina
E me recorda que a vida está, como seu apito,
Escandalosamente acontecendo a todo o ínfimo piscar
De sonhos.
Escancarada como a janela por onde vento, barulho e luar
Invadem dessonos e penetrações noturnas.
Um trem, não de viagem incerta, mas de carga.
Esse comboio de cotidiano -
Arroz-feijã-arroz-feijão-arroz-feijão –
O que carregará?
Atropelando a possibilidade precária
De descarrilar os dias envagonados
em nosso amorável trilho.

sábado, 11 de abril de 2009

Só pra modo de agradecer todos que leram e também todos os comentários que foram feitos até agora e que são muito, muito importantes pra mim!