Tá tudo sem nada:
bexiga sem pele,
buraco sem
beira,
Tá tão silêncio.
Nesta manhã:
nenhum afã.
No
meio da tarde e
nada arde.
Já veio a noite,
nem um açoite.
Que medo
de
tanto
sossêgo.
pra mim/nós/tu/eles/elas/todos/nenhum escriturinhas de mim-mundo, de dia-a-dia pra compartilhar
domingo, 17 de junho de 2012
Poema pra anas
O que é ver uma
filha inerte?
O que é um mãe
à procura das sandálias
da menina?
A pequena
esperando à porta,
desenxuta
e, no detalhe:
a mãozinha delicada
num trinco de metal.
O que é esse clarão
que eu quase também vejo
no meio da sala, da casa,
no meio do mundo,
da tempestade?
O que é um homem
que instala um pararraio
e não o aterra?
-O que é, senão,
a mão pesada
de Deus a dar lições?-
Ana que deita
pra sempre na frente
dos todos irmãos,
recém banhados.
Nem há coração
pra ouvir
tanta chuva.
O que é,
quando vem,
esse erro,
esse raio,
que não volta atrás?
Que atravessa,
num egoísmo
de destino,
o destino
de todos?
Nem sei,
nunca sabemos,
vejo que existe pelo seu
odor de enxofre
e porque dele resta
uma mãe
que em dia de tempestade
larga tudo,
senta num banquinho,
calça sandálias de borracha,
junta as pernas e
se encurva.
até
que
volte
o sol.
filha inerte?
O que é um mãe
à procura das sandálias
da menina?
A pequena
esperando à porta,
desenxuta
e, no detalhe:
a mãozinha delicada
num trinco de metal.
O que é esse clarão
que eu quase também vejo
no meio da sala, da casa,
no meio do mundo,
da tempestade?
O que é um homem
que instala um pararraio
e não o aterra?
-O que é, senão,
a mão pesada
de Deus a dar lições?-
Ana que deita
pra sempre na frente
dos todos irmãos,
recém banhados.
Nem há coração
pra ouvir
tanta chuva.
O que é,
quando vem,
esse erro,
esse raio,
que não volta atrás?
Que atravessa,
num egoísmo
de destino,
o destino
de todos?
Nem sei,
nunca sabemos,
vejo que existe pelo seu
odor de enxofre
e porque dele resta
uma mãe
que em dia de tempestade
larga tudo,
senta num banquinho,
calça sandálias de borracha,
junta as pernas e
se encurva.
até
que
volte
o sol.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
inson(h)e
para Eric
Um homem dorme um sonho.
Um homem dorme um sonho que desabrocha.
Um homem dorme um sonho que desabrocha um pesadelo.
Desperta. Sua frio. Sente medo.
Este homem já não dorme um sonho.
Este homem já não dorme um sonho e o sonho que não dorme
não desabrocha nem há dentro pesadelo algum.
Este homem, há 15 anos, sonha um escuro caroço que não se abre.
Mas com que pálpebras descansará o coração
de um homem quando já não sonha?
Ou será que, os sonhos, por o terem despertado,
resolveram que não queriam, ao desvelar o homem,
serem lembrados?
Um homem dorme um sonho.
Um homem dorme um sonho que desabrocha.
Um homem dorme um sonho que desabrocha um pesadelo.
Desperta. Sua frio. Sente medo.
Este homem já não dorme um sonho.
Este homem já não dorme um sonho e o sonho que não dorme
não desabrocha nem há dentro pesadelo algum.
Este homem, há 15 anos, sonha um escuro caroço que não se abre.
Mas com que pálpebras descansará o coração
de um homem quando já não sonha?
Ou será que, os sonhos, por o terem despertado,
resolveram que não queriam, ao desvelar o homem,
serem lembrados?
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