terça-feira, 8 de abril de 2008



A pólvora no olhar.

Quando seca não explode.

Junte o que pode e o que não pode

Pro olho transbordar.

Meu cérebro fatigado de pensar em medíocres cotidianidades:

O preço, a limpeza, a ordem

Da casa, do dia, de mim

Mente sedenta de conversar caótica sobre

Constelações recentes, velhos paradigmas quânticos

Quem somos, pra onde nunca vamos

Meu cérebro esgotado

Procura alguém que queira

Descansar também

O Fogo

Desse cordel

Me desenterrou.

Cantando, da boca

Se foi o fel

O flagelo que eu mesma

De mim

No pulo, no grito , na ginga

Desatei o nó

que a garganta emudeceu

A saudade, veio,com seu batalhão

O lirismo veio em forma de santo da terra

Eu furei o bucho do céu

Com a pontiaguda tristeza do olho

E foi que choveu, choveu

E me aliviou

Bate, o pé

E transfigura

O que cantou

O lira

Lírico



Curitiba - PR

AOG 4521

A placa, na esquina , em mim.

Aplaca essa sina que incompreendo.

A voz inaudível contra o inimigo?

Contra a cintura carregada,

contra a covardia motorizada,

o que podiam meus grunhidos?

A jaula da farda, disse o amigo.

Se pudesse - e pôde - fui quase nada.

Antes caísse sobre eles o granizo que depois.

Fosse justo esfarrapasse a fard(S)a.

A menina e

o dobro da força, do tamanho, do peso

em dobro sobre si.

Sobre rosa e jeans na parede.

Então,

o labirinto:

190

100

191

100

0800-0090

Lei (lão)? nosso cotidiano


obs. Esse poema foi escrito sobre fato real

presenciado nas esquinas curitibanas, tal placa anda solta ( AOG 45210) pregada

a uma viatura de polícia militar, por isso caso a vejam preferível correr dela do que dos ladrões!

E os olhos de amendôas líquidas, tive vontade de engoli-los como pílulas pra guardar em mim. Conversa, café, conversa. Depois a insônia, o tempo, da eternidade se abateu sobre minha noite de son(h)o.
Não há mais tempo pra esperas
quando se certifica
que o que vem é possibilidade
de enchente maior que amor

Joguei um anzol que não te pescou?
Ou foi por pisar passo de cautela
que não me suicidei em ti?

Morta pela metade, porque
mal me mataste
ou mal me deixo morrer
por esse punhal de
jogo do santos no domingo?

Todas as perguntas ficaram em
mim, movimentando velhos fantasmas

Vem, com tua arca cheia de casais
que teu par te espera

A noite promete escândalos
do coração
os poetas são os vândalos
Receita de homem

Os grosseiros que me perdoem
mas gentileza é fundamental.
E mais que isso um, certo ar de advinho,
pressentir o desejado antes da expressão.
Um homem de verdade não precisa saboneteiras,
mas é essencial que saiba apreciá-las com o exato requinte
e a devida voracidade, tudo dosado e em constante equilíbrio.
É preciso também que seja bonito,
os ombros em ângulo reto com o tronco e o pescoço deve mostrar músculos
capazes de sustentar uma cabeça paternal, atenta ao corpo feminino.
É importante que a mulher adivinhe nele um interesse por
outras fêmeas, mas que este se mantenha velado e dúbio. E que na maior parte do tempo ela se sinta um exemplar raro
da espécie.
E, não sendo belo, que tenha um ar intelectual e seguro, algo
pousado entre o severo e o paternal, pronto a sempre responder a todas
as divagações femininas, completar as teorias que invente a companheira e nunca, nunca
fazer demasiadas perguntas.
Há a necessidade de um mínimo de vaidade, disfarçada em desalinho.
Perfume em quantidade nunca suficiente
para impedir que o aroma próprio não possa ser advinhado.
As mãos são essenciais, mais que elas o toque, porque de fato o homem de verdade
não reside no santuário físico que comporta e sim na postura e uso que faz do que lhe regalou a natureza.
Firmes, nunca podendo ser frias, e que toquem a mulher em diferentes ritmos ao longo do dia.
Às vezes carícias paternais nos cabelos,
outras com mais firmeza na cintura e costas e com extrema leveza ao tocar a face.
Os seios e as nádegas, devem ser deixados para o toque na intimidade, sempre de forma definitiva e desejosa, evitando com isso
a banalização.
Mas o mais importente é que a mulher tenha sempre
a sensação de que desfalecendo ao lado do homem, por qualquer súbito motivo, esse,
com seu ombros esquadrinhados, o pescoço forte e as mãos com a necessária intensidade,
ou simplesmente com uma aura de sabedoria , seja capaz de impedir sua queda com tranqüilidade.
Deve também um exemplar masculino autêntico gostar de crianças, animais, livros e plantas e sempre que
possível mostrar interesse por cores de esmalte e cortes de vestidos, bem como modelos de sapatos e tamanhos de bolsas.

poeminha cansado

Me cansa essa chuva no molhado
de todos os que dormem no ponto
e saem tocando trombetas para o lançamento
de uma reedição.
Tô cansada de ensinar polícia a prender ladrão,
quem se ama dizer que sim ao invés de tanto não,
mostrar que a mãe veio antes do filho,
que existe mesmo na vida pra cada trem um trilho.
Me cansa esse nhémnhém de amanhã me curo,
te procuro e faça um seguro.
Já não tenho humor pra todos que latem
e nunca me mordem,
pros que pregam o caos e vivem na ordem.
Tô agora rezando é pra Deus colocar
cada um no seu devido lugar.