As ondas do mar tramam
uma rede que nada pesca.
Tecem e
destecem,
Retecem,
tecem
a efêmera renda
que de alvura
tudo cobre,
nada segura.
Toda sobre,
por invisível mão
lançada.
Língua de rendada água,
que lambe o sal e não se salga
ou de Sísifo uma lembrança,
a agarrar o que eternamente lhe escapa?
Tessitura incessante, insone
que se faz e refaz,
toda uma, a mesma
sempre e nunca.
Envolve e não retém
o que pra
sempre vem
e
sempre vai.
Um comentário:
este poema está lindo, lindo.
lembro quando a gente olhava o mar "desde la casa de neruda", e você esboçou os primeiros fios desta renda...
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