Pai, afasta de mim o próximo domingo.
É data comercial, bem sabemos.
Mas essa palavra,
que já não posso usar como vocativo,
por todos os lados.
E tu, ao lado de cartaz nenhum
estás.
Eu, que só visitei teu túmulo
uma única vez, pra trocar as
flores de plástico por um ramo
amarelo e fresco, não vou lá
com mais frequencia porque
moro longe.
E mais que isso,
porque te levo sepultado em mim.
Podia inumerar lembranças,
mas quero agradecer a tua ausência.
Por ela te reinvento e revisito
infinitas vezes.
Isso te me faz eterno.
Este poema, pai,
celebra tua ausência
que é toda a presença
que tenho de ti.
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