Ando como num corredor de lama, inconsciente e inconsistente. Água e traumas de outros e medos meus, teus além, de uma dificuldade glaciar de expressar o caroço: amor. No fundo da polpa , onde tudo dorme pra continuar, onde há o rígido necessário pra vida em perpetuar : o osso do fruto. Caroção, coração. Onde mora o tudo no mais mínimo. Give me love, give me Love, give me peace on earth. Há realmente este caroço amoroso, todo o inverso e o mesmo que a polpa suave, doce/azeda do que se ama? Buscar mais que a superfície aveludada do pêssego, a sementice gelatinosa do maracujá e da romã, mais que a gorda esverdeada carne de abacate.
Se ali, algo, reside mais que a palavra, mas em si a coisa. Em si, dobrada sobre si, tão diminuta e potencializada que uma bomba atômica amorosa. A coisa, que não se poderia dizer. Esse tal caroço carregado de silêncio significante de tudo e muito, muito mais nada algum que isso. Haverá. Por certo, esse alef dentro de nossos caroços encouraçados e necessitamos a quebra. O que parte, parto, nasce. O que não se multiplica silencia em olvido e morre, morre para sempre. Mas procuremos o caroção, procuremos o pequeno do íntimo. Encontrar não é o necessário: o cavocar a polpa em busca do que duro duradouro.
Um comentário:
brahmane palestrando:
a alma; um cantil que deve ser lustrado todos os dias para brilhar!
Ramakrisna, aluno ainda:
e se o cantil for feito de ouro?
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