Aqui amanso um par de rosas selvagens incomodadas, inaptas para jardins. Não tirarei espinhos epidérmicos, pra melhor devorar teu morango partido, colhê-lo da haste em riste e roê-lo com a língua do sonho. Por isso mantidos os cardos. Senão tudo desfalece como chocolate nos trópicos. E não servem, ao desfolhar-se assim o principal da copa. Mas domarei a selvageria das rosas pra que sobrevivam no diminuto de um vaso e endereçadas ao jardim sintam-se ,apenas pelo contraste, livres como condor andino.Não sei se perfume, se raiz, se pétala. Algo sempre fica na ilusão da identidade, na ficção do que se é.
Corro o corpo sobre sopros de ti, de tudo que não alcanço e inexplicavelmente me encontra. Plantada rosa em água e vaso. Vazando a vida pelo canto direito do olho esquimó. Espero algo: notícia que virá em asas de passarinhos bem pequenos. Cada palavra em uma pena, pluma , leve a montar um pássaro como o dos poemas persas. Analfabeto e compreensível.
Um comentário:
lindo este texto. lindo mesmo.
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