quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Eufeminista

Ele perguntou grave:

- Você é feminista?

Assim olhos de fundo de mar.

Ao que revelou suave:

Quero viver a minha uteralidade.

Ser esse caminhar ritmo inconstante como sendo o natural.

Viver o rir gargalhar gritar da instabilidade policística.

chorar chorar calar

Sem imposta retidão hormonal.

Sem eixo x/y do cartesiano masculino.

O sentimento desobstruindo lógicas de estampa de gravata.

Chego ao endereço sem mapa, porque nasci com a bússola por dentro.

Deixa eu domar cabelos e emoldurar sorrisos em troca da tua cara de

satisfação na porta.

Quero mergulhar água de ervas e te esperar desmaiada em besteiras românticas.

Deixa eu falar voz de menos de um grama, assim leve

quase sussurro sempre.

Permita-me, com gentileza, mais alvura, menos peso, menos músculos.

Chorar sozinha na janela enquanto me faço em bolo de teu preferimento.

Deixa eu ler Adélia Prado e a igualdade dos sexos abandonando-me.

- desabafou peso de mundo lastimando ovários.


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