sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008


Só depois de ti

soube que tinha meu corpo

um límpido som

a emitir.


Depois de tuas palmas sobre mim,

mornas como compressas

soube que me habitava

essa partitura oriental.


Era, antes, como se

sempre me tivessem por piano,

pressionando pretos e brancos

que nem existiam.


Mas, sendo esse instrumento

de cordas frágil, desafinava

sem saber

por que.


Só depois de ti,

o entendimento de que

me tomavam por viola,

me violavam:


enquanto eu, pequeno violino.

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