Só depois de ti
soube que tinha meu corpo
um límpido som
a emitir.
Depois de tuas palmas sobre mim,
mornas como compressas
soube que me habitava
essa partitura oriental.
Era, antes, como se
sempre me tivessem por piano,
pressionando pretos e brancos
que nem existiam.
Mas, sendo esse instrumento
de cordas frágil, desafinava
sem saber
por que.
Só depois de ti,
o entendimento de que
me tomavam por viola,
me violavam:
enquanto eu, pequeno violino.
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